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domingo, 31 de agosto de 2008

INFLAÇÃO OU DESCONTROLE FINANCEIRO?

Claudinei Nogueira dos Santos1


Desde a criação de nossa moeda, o REAL, em 1994, durante a transição do governo Itamar Franco / Fernando Henrique Cardoso, tem ocorrido sinais de que esta tentativa não seria nada fácil de ser realmente consolidada como uma condição eterna de estabilidade financeira.
Pois, ao ser criado, o país passava por um grande cáus econômico com as grandes altas de inflação estimuladas pela elevada dívida externa e interna que o mesmo enfrentava.
Contudo, o Brasil já obtinha uma noção exata dos obstáculos que passaria com a conversão de uma nova moeda, pois, caso semelhante ao nosso país era vislumbrado pela Argentina durante a Política renovadora de Carlos Menem e seu ministro Domingo Cavallo em 1989 com a criação do Peso-dólar que, acabou sendo apenas uma forma de enganar a população e disfarçar a enorme crise social e econômica que o país passara neste momento histórico da política nacional ali instalada.
No entanto, o Brasil resolver apostar no mesmo processo, criar uma moeda que teria a condição de competir com a moeda Norte-americana, o dólar.
Durante os primeiros anos de implantação desta moeda, a população simplesmente vibrou e aplaudiu em pé, pois, representava um novo padrão de vida, pois, o poder de compra de nossa não havia crescido exorbitantemente no comércio exterior, principalmente em nossos países visinhos, Paraguai e Argentina.
Porém, com a nossa moeda consideravelmente forte lá fora, tornava nosso comércio interno bastante decadente e frágil, haja vista que, o que movimenta a economia de um país não é o que entra e sim, o que sai, ou seja, as exportações. Mas, como exportar se os custos de nossos produtos se tornaram pouco competitivos em relação aos estrangeiros?
Não se passaram muito tempo para que as crises que afetaram a Argentina batessem a nossa porta, basicamente em 1999. A falsa impressão de estabilidade econômica foi ao solo, exigindo do governo federal deste período, medidas drásticas, tais como: aumento das taxas de juros de títulos públicos e compra de dólares para injetar na economia interna forçando uma medida protecionista a economia nacional, cujo momento se verificaram grandes altas nos produtos básicos a sobrevivência da população brasileira, mas, reduzindo as importações, principalmente clandestinas nos países visinhos.
Parece-nos, portanto, que a inflação nunca nos abandonou, apenas ficou durante certo período de nossa história econômica, um pouco camuflada para que desse a falsa impressão de governos estáveis e preocupados com a situação sócio-econômica de nossa população.
Basta que observemos critérios básicos do dia-a-dia, como a abordagem simples de uma lista de compras de gêneros de necessidades básicas em supermercado para percebermos que este problema sempre esteve e sempre estará nos importunando, pois, somos ainda, um país subdesenvolvido que luta para ocupar um lugar de destaque entre a pequena égide dominante do mundo neoliberal capitalista.
Ao nos depararmos com certas afirmações de espanto em relação à inflação nos dias atuais, podemos encarar como uma verdadeira sátira de alguém que não conhece ou, não quer conhecer a realidade brasileira em termos financeiros e sociais em sua íntegra condição no cenário mundial, pois, isto não seria louvável principalmente em um ano a qual ocorrerão disputas eleitorais...

[1] Professor deGeografia da UNES/FINAV
Especialista em Geografia e Educação Ambiental
Professor de Geografia do Ensino Médio do Colégio Objetivo Mínie de Naviraí-MS
Professor de Geografia do Ensino Fundamental e Médio da SEDE/REME

MOMENTO BRASIL - VELHO CHICO

ÁGUA – UMA QUESTÃO DE REFLEXÃO E AÇÃO



Falar da água e suas condições têm se tornado um verdadeiro paradigma das questões ambientais, portanto, uma verdadeira falácia do mundo globalizado e capitalista.
Discutimos todos os anos, principalmente nos meses de março e junho que se afere como um canal de discussão sobre a água, mas, no entanto, verificamos cada vez mais, incentivos ao uso desnecessário da água, como meio de promoção da circulação do capital, pois, a mesma é vista como mercadoria.
Desta forma, não há uma reflexão realmente renovadora a ponto de fomentar nos cidadãos uma verdadeira transformação geradora de ações de grande repercussão visando à busca por soluções.
Para TROPPMAIR1, o problema maior se refere ao fato de que as pessoas desconhecem o verdadeiro fundamento dos recursos naturais, neste caso, a água.
Para aprendermos a valorizá-la, temos que senti-la como um elemento chave à nossa sobrevivência, lembrando-se que a mesma é muito mais que uma mercadoria que se paga a cada final, ou, início de mês.
Este talvez seja nosso maior problema e obstáculo, pois, para SANTOS2, no mundo capitalista tudo passa ter um valor monetário e comprometedor.
Portanto, a nosso ver, vencer esta barreira é muito mais que refletir sobre as ideologias já pregadas e arduamente defendidas, mas, refletir ao mundo que nos cerca às nossas ações de compromisso e responsabilidade.
Porém, só será possível tal fato, quando incorporarmos a visão do Profº GONÇALVES3, de que a natureza é dinâmica e não, inerte.
A partir de então, tomaremos consciência de que, por mais que a fonte seja renovável, o processo de poluição e desperdício que desencadeamos, geram comprometimentos ao seu uso.
No entanto, parece-me que as grandes empresas de capitação e comercialização de água passariam a lucrar ainda mais com o processo de despoluição da água, desta forma, vale-se perguntarmos: Qual é o seu grau de preocupação com as condições de uso da água, haja vista, a existência e divulgação de tanto marketing e, poucas ações realmente transformadoras na sociedade em que vivemos?
Só você obtém a resposta dentro de si. Não espera que ela esteja totalmente comprometida para que venha começar a pensar sobre isto.




Profº Claudinei N. dos Santos4


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1 Helmut Troppmair, Profº de Biogeografia, Geografia Física do Instituto de Geociências e Ciências Exatas da UEP.

2 Milton Santos, Geógrafo da USP.

3 Carlos Valter Porto Gonçalves, Professor da Universidade Federal Fluminense.

4 Especialista em Geografia e Educação Ambiental e Professor de Geografia da FINAV.